Cristiano Ronaldo é um excelente jogador e vivia no melhor dos mundos até ao momento em que descobriu que, afinal, não é o jogador mais bem pago do mundo.
Tem pela sua frente nove rapazes a ganharem mais do que ele.
Não gostou.
Os rapazes são:
Samuel Etoo (Anzhi), 20 milhões/ano
Ibrahimovic (PSG), 14,5
Wayne Rooney (Man. United), 13,8
Yaya Touré (Man. City), 13
Kun Aguero (Man. City), 12,5
Didier Drogba (Shanghai), 12
Fernando Torres (Chelsea), 10,8
Conca (Guagzhou), 10,6
Lionel Messi (Barcelona), 10,5
Ibrahimovic (PSG), 14,5
Wayne Rooney (Man. United), 13,8
Yaya Touré (Man. City), 13
Kun Aguero (Man. City), 12,5
Didier Drogba (Shanghai), 12
Fernando Torres (Chelsea), 10,8
Conca (Guagzhou), 10,6
Lionel Messi (Barcelona), 10,5
Pelo caminho viu, na semana passada a bola de ouro ser atribuída a Iniesta, ele que já destinara espaço, na vitrina da mansão, para colocar o troféu.
Por sua iniciativa, ou talvez não, resolveu ir até ao gabinete do Presidente do Real Madrid, Florentino Peres, manifestando o seu desagrado por não receber mais dinheiro, e terá feito saber que, de longe, das terras do petróleo, dos países dos sheiks, lhe andam a acenar com um contrato irresistível.
Com o país em crise, o presidente não terá, no imediato, satisfeito as exigências de Ronaldo, ou até admite que ele já ganha o suficiente ou que já começa a ficar um tanto ou quanto cansado dos seus caprichos.
O CR7 amuou e no domingo deixou de vibrar com os golos que mete, exige carinhos não se sabe bem como, nem de quem.
A cabeça de Ronaldo não acompanha, bem longe disso, a magia dos seus pés, das suas fintas, dos seus remates. Não é caso único, diga-se.
Nos clubes também ninguém se dedica à tarefa de, para além dos aspectos tácticos, do trabalho especifico, da preparação física, pôr aquelas cabecinhas a pensar mais um bocadinho, qualquer coisa que tenda para o bom senso, para uma certa educação cívica, leve que seja, qualquer coisa que lhes permita irem além daquele palavreado vazio, repetitivo que já enjoa, o mister, o grupo de trabalhão, o agora há que levantar a cabeça e pensar no próximo jogo.
Não se exige que leiam Shakespeare, mas que deixem de mostrar a banalidade assustadora que são que bolsos cheios de dinheiro e cabeça vazia de princípios
Não conduz a nenhum lado.
Mas o que falta ao CR7?
Deixou o Manchester, onde se fez o jogador que hoje é, para ir para o maior clube do mundo, ser treinado pelo maior treinador do mundo.
Tem dinheiro, tem jacto particular, tem uma colecção de carros topo alto de gama, numa noite londrina espatifou um Ferrari de 307 mil euros, tem namoradas, tem um original corte de cabelo, tem brinquinhos para a orelha, só que ainda não chega.
Quem ainda acredita no amor à camisola, tire o cavalinho da chuva, desengane-se. Quando virem os jogadores meterem golo, correrem o campo a darem beijinhos no emblema da camisola, desviem os olhos para o lado, esqueçam, não acreditem.
Pesetero chamaram os adeptos do Barcelona ao Luís Figo, no dia em que, por mais dinheiro, rumou a Madrid para jogar no Real.
A sabedoria popular diz que as pessoas que ganham muito dinheiro perdem a única coisa que têm: prazer.
Os jogadores de futebol, os ditos craques, tornaram-se uns bebés-chorões, com birras dignas de uma qualquer balzaquiana, são vaidosos, arrogantes, pomposos.
Preocupam-se mais em serem manequins, vedetas de publicidade do que jogarem futebol que é isso que se lhes exige e para o que são principesca e escandalosamente, pagos.
Incomoda que se ocupem tantas horas nas televisões, nas rádios, nos jornais, com a tristeza que acometeu esse herói nacional que dá pelo nome de Cristiano Ronaldo.
Como se o país não tivesse mais em que pensar.
Mas podemos descansar: o defesa Álvaro Arbeloa, seu colega de equipa, mostrou-se solidário e confessou à imprensa espanhola:
Se ele precisa de carinho é isso que vai receber da equipa.
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