Os Filmes da Minha Vida, Os Meus Filmes da Vida
João Bénard da
Costa
Assírio & Alvim, Lisboa, Novembro de 1990
Nunca serei eu a rejeitar a famosa definição
baudelairiana da crítica, quando lhe exigia parcialidade e paixão. Nunca serei
eu a anatemizar terrorismos por estas bandas. Nunca serei eu a defender os
jogos perigosos da transparência.
Mas precisamente porque sei donde se fala – quando se
fala com paixão crítica (dois termos que só não são antagónicos quando são um
pelo outro envolvidos) – sempre me afastarei de um texto crítico quando esse
secundarizar a elucidação do que critica ( a sua plena iluminação) ou a
formação do gosto de quem eu quero que goste tanto como eu gosto e que, se
possível, goste como eu gosto.
Talvez por isso aplique sempre aspas ao «crítico» que
outros vêem em mim. Certamente por isso, não desculpo aos críticos o
abastardamento do gosto, de que começaram por ser vítimas e acabaram por seus
fautores. E sobretudo por isso não perdoo que se seja crítico sem gosto, a
contragosto ou com desgosto. Com nenhum desgosto aprendi nada. E aprender a gostar ´+e tudo quanto pedi e peço aos
críticos de quem gosto.
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