quinta-feira, 20 de setembro de 2012

OLHAR AS CAPAS


Os Filmes da Minha Vida, Os Meus Filmes da Vida

João Bénard da Costa
Assírio & Alvim, Lisboa, Novembro de 1990

Nunca serei eu a rejeitar a famosa definição baudelairiana da crítica, quando lhe exigia parcialidade e paixão. Nunca serei eu a anatemizar terrorismos por estas bandas. Nunca serei eu a defender os jogos perigosos da transparência.
Mas precisamente porque sei donde se fala – quando se fala com paixão crítica (dois termos que só não são antagónicos quando são um pelo outro envolvidos) – sempre me afastarei de um texto crítico quando esse secundarizar a elucidação do que critica ( a sua plena iluminação) ou a formação do gosto de quem eu quero que goste tanto como eu gosto e que, se possível, goste como eu gosto.
Talvez por isso aplique sempre aspas ao «crítico» que outros vêem em mim. Certamente por isso, não desculpo aos críticos o abastardamento do gosto, de que começaram por ser vítimas e acabaram por seus fautores. E sobretudo por isso não perdoo que se seja crítico sem gosto, a contragosto ou com desgosto. Com nenhum desgosto aprendi nada. E aprender a gostar ´+e tudo quanto pedi e peço aos críticos de quem gosto.

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