A parte final do livro de Jorge Amado, De Como o Mulato Porciúncula Descarregou Seu Defunto, é constituída por excerto de entrevistas que o autor deu a jornais e revistas.
- Que livro gostou mais de escrever?
- Qualquer dos meus livros.
- Personagem dos seus livros de que mais gosta:
- Nacib de Gabriela Cravo e Canela.
- Dos seus livros o preferido?
- Mar Morto.
Jorge Amado era um apaixonado pela comida e por vinhos.
As suas diversas vindas a Portugal traduziam-se em paragens por tascas e restaurantes simples, como Os Caracóis da Esperança na Rua da Esperança, em Lisboa, comer queijinhos frescos na Olaria de João Franco, no Sobreiro, meio caminho entre Mafra e Ericeira e tinha pela comida minhota uma predilecção especial.
Tudo começava ao balcão do Natário, em Viana do Castelo, com uma empada e uma malga de vinho verde, pelava-se de gozo pelos bacalhaus da região e não prescindia nunca de uma cabidela de galo, vulgo pé descalço.
Em 11 de Março de 1993, almoçou com Miguel Torga. No seu Diário, volume XVI Torga deixa registo:
Almoço com Jorge Amado. Perdiz brava de Montesinho, posta mirandesa e tinto maduro do Doiro. Ementa a preceito, em homenagem à humanidade do escritor que na minha admiração parece ter aliado harmoniosamente, na vida e na obra, o calor da urbanidade baiana à grandeza da alma transmontana. A dizê-lo assim simplesmente. Arrisco-me a ser mal interpretado, mas foi o que senti justificadamente durante aquelas três horas, íntimas, simples, fraternas, sem literatura, só gustativas, de preito e comunhão.
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