Vão para férias, mas não vão ter férias. Podem mergulhar
no mar, mas quando se encostam à toalha para secar, a sua cabeça não descansa.
(Como é que vou pagar o carro em Setembro? Como é que vou pagar a prestação da
casa? Já não posso mais receber aqueles avisos da Autoridade Tributária a
explicar por um número infindo de artigos e alíneas que o meu salário vai ser
penhorado. Como é que vou sobreviver com a conta bancária confiscada para pagar
o IRS? Como é que vou dizer à minha mulher que saio todos os dias de manhã como
se fosse para o emprego, mas há um mês que fui despedido? Será que no meu
serviço serei passado para a mobilidade especial? Vou ter de mudar de casa, por
que não posso pagar a nova renda que o senhorio me pediu. A nossa filha entrou
na universidade, mas onde é que vou arranjar o dinheiro para as propinas? Como
é que vou de novo abrir o café, quando devo dinheiro a todos os fornecedores? E
como vou continuar a ter o meu empregado de sempre na oficina quando ninguém
paga nada? Apetece-me fugir. Fugir.) Percebe-se muito bem por que razão o PSD,
o CDS e o Presidente não querem ouvir falar de eleições antecipadas.
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