1
de Janeiro de 1946
Também
este ano acabou. As colinas, Turim, Roma. Esgotaste quatro mulheres, publicaste
um livro, escreveste belos poemas, descobriste uma nova forma que sintetiza
numerosos filões (o diálogo de Circe). És feliz? Sim, és feliz. Tens força,
tens génio, tens que fazer. Estás só.
Neste
ano, roçaste o suicídio por duas vezes. Todos te admiram, todos te
cumprimentam, bailam em volta de ti. E depois?
Nunca
lutaste, lembras-te. Nunca lutarás. Tens importância para alguém?
Cesare
Pavese em Ofício de Viver.
Na
imagem, Constance Dowling, a última paixão de Cesare Pavese.
Por
ela, Pavese suicidou-se.
Virá a morte e terá os teus olhos.
Pavese,
em Março de 1938:
Nunca,
a ninguém, falta ma boa razão para se matar.
Quando
Soube da sua morte, Constance comentou: Eu não sabia que ele era um escritor
famoso.
Tão
compreensíveis as últimas palavras escritas por Pavese:
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