quarta-feira, 6 de agosto de 2014

NOTÍCIAS DO CIRCO


Ninguém com responsabilidades olhou para as notícias, os indícios sucessivos de problemas e, a certa altura, para o que era óbvio: Ricardo Salgado não era idóneo para estar à frente de um banco. Se for preciso apontar uma data para essa demonstração cabal, aqui vai ela: 17 de Janeiro 2013. Nesse dia o i noticiou que o banqueiro tinha rectificado o seu IRS em 8,5 milhões de euros, alegando depois esquecimento. Podia-se ter tomado uma atitude, antes ou depois, em relação a Salgado a pretexto de muitos casos, mas esse era mais que suficiente e foi mais que comentado. Foi até explicitamente documentado. Nada se fez, a pretexto de que a rectificação eliminava o ilícito. Ora o que serve para um cidadão normal pode não servir para um banqueiro.
Deixando o banqueiro e indo ao banco, há que voltar à questão de saber como foi possível que nenhum mecanismo tivesse actuado, evitando a sucessão de acções que acabaram num desvario que levou o BES ao charco.


Eduardo Oliveira Silva no I

Sem comentários: