Estava em minha casa, ou seja, em lado nenhum. Levava o
meu sorriso, as minhas palavras para cada refeição, como o cortador entregava
cada manhã a carne, à frente da vedação do jardim. Falávamos sobre a estação, a
colheita da fruta, os acontecimentos do dia – mais uma pessoa que se tinha
afogado! – e sobre o custo de vida. Estávamos em Agosto, começavam-se a fazer
os preparativos para o outono. Estava calor e o meu pai cortava já madeira para
o inverno. Andavam sempre à frente do tempo e eu atrás, o que representava
muitos silêncios a eliminar nas nossas relações.
Pierre
Kyria em A Morte Branca
Legenda:
pintura de Jean-François Millet
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