Life
Keith Richards com James Fox
Tradução:
José Luís Costa
Cavalo
de Ferro Editores, Lisboa, Outubro de 2011
Que
raio teríamos nós na cabeça quando parámos para almoçar no restaurante 4-Dice
em Fordyce, Arkansas, no fim-de-semana do Dia da Independência? E mesmo que
fosse noutro dia qualquer, dada a minha experiência de dez anos a conduzir nos
recantos mais conservadores da América… Fordyce não passava de uma cidadezinha,
Os Rolling Stones estavam na ementa da polícia, de uma ponta a outra do país.
Não havia chui que não quisesse pôr-nos as mãos em cima, desse lá por desse:
era promoção garantida, e limpar a América desses inglesitos abichanados
tinha-se tornado para a bófia uma missão patriótica. Corria o ano de 1975,
tempos violentos e de confronto aberto. A época de caça aos Stones abrira oficialmente
em 1972, ano da nossa última digressão ao país, a famosa STP – Stones Touring
Party. O Departamento de Estado registou então a ocorrência de motins (verdade verdadinha),
casos de desobediência civil (idem idem, aspas aspas), sexo ilícito (seja lá o
que isso for) e episódios de violência em todo o território da nação. E tudo culpa
nossa, meros trovadores, Tínhamos instigado a juventude à rebelião, corrompíamos
a América e decidiram que nunca mais nos deixariam percorrer os Estados Unidos.
Era uma questão política séria nos tempos do Nixon, que já tinha recorrido
pessoalmente aos seus capangas e truques sujos contra John Lennon, quando temeu
que ele lhe pudesse custar uma eleição. A nós coube-nos o rótulo de banda de
rock and roll mais perigosa do planeta, o que foi oficialmente comunicado ao
nosso advogado.
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