Sempre que chega o
Verão começo a ficar aterrorizado com a perspectiva de ter que o passar em
Lisboa. O Agosto em Lisboa é terrível. Andam-se léguas e léguas para se
descobrir um tipo amigo. Está tudo nas praias com as mulheres e os meninos.
Pode-se procurar a sombra de uma árvore, mas a páginas tantas começa-se a dar conta
de quão confrangedora é essa aliança.
A única solução é escrever.
Cartas sobre tudo: a pedir emprego, a insultar credores, cartas imbecis em que
se fica à mercê da menina K que, por seu turno, passa bem mito obrigado.
João César Monteiro
em Morituri Te Salutant, &
Etc, Lisboa, Novembro de 1974
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