NOTÍCIAS DO CIRCO

Começa hoje a comissão parlamentar de inquérito aos factos ocorridos no BES.

Com razão os portugueses têm sérias dúvidas que se chegue a alguma conclusão sobre os caminhos que Ricardo Salgado percorreu, desde os anos 90, com todas as diversas cumplicidades e favorecimentos, para construir o monstro chamado BES.

Quando, em Junho de 2013, o deputado comunista Honório Novo, naAssembleia da República, confrontou o governador do Banco de Portugal perguntando-lheque idoneidade poderia ter Ricardo Salgado para gerir um banco, quando se «esqueceu»de declarar alguns milhares de euros no IRS.

Se o Banco de Portugal, o Governo, até então, poderiam declarar desconhecimento dos problemas que já assolavam o BES, a partir da intervenção de Honório Novo, todos os alarmes deveriam ter soado.

Nada aconteceu.

O jornal I, que há dois anos anda a investigar o BES e Ricardo Salgado, na sua edição de 15 de Novembro revelava, pelo menos, 63perguntas que não podem ficar sem resposta.

Adaptando-as, retiro estas três:

Como é que, sabendo do buraco em que o BES se transformara, presidente da república, governador, a ministra das finanças, outras rapaziadas, fizeram passar a mensagem a clientes e accionistas de que o Banco estava sólido?

Em que condições o presidente da CMVM autorizou o aumento de capital no BES?

A medida de resolução encontrada trará ou não encargos para os contribuintes?

Durante um largo período de tempo iremos acompanhando o inquérito parlamentar.

Pedro Santos Guerreiro no Expresso:

Isto não é um show, é um escândalo e a história em construção desse escândalo que está documentado, denunciado mas ainda não apurado.

Lá mais para o Verão é provável que saibamos um pouco mais do que já se sabe.