domingo, 16 de novembro de 2014

UM LUGAR DE AFECTO


José Cardoso Pires foi um entusiasta e feliz praticante dos bares de Lisboa.

Lembro-me dele, no cair das tardes, no British-Bar ou no Bar Americano, ambos no Cais do Sodré.

No seu Lisboa, Livro de Bordo refere-se a estes bares e estende o olhar até ao Procópio e ao Pavilhão Chinês:

“Fazer horas”, dizemos nós quando não temos outra coisa para fazer. Pausa de espera ou vazio imprevisto, para isso há lugares de recurso, que o digam os frequentadores dos bares, por exemplo, mas aí o tempo morto acaba muitas vezes em tempo vivo e pode até deixar de ser de espera. Na verdade, só o bebedor desprevenido acredita em enganar as horas, quando as horas é que nos enganam muitas vezes, contando a passo certo e batido um tempo para lá dos números.

Razões muito suas, José Cardoso Pires não refere o Snob.

O Snob faz agora cinquenta anos de existência.

Um pequeno anúncio, publicado no Diário Popular, entre frigoríficos e a Simone de Oliveira a actuar no Lado a Lado, boite de Tony de Matos, dava a conhecer que no dia 16 de Novembro de 1964, abria ao público na Rua do Século nº 178 o bar Snob.

Dias antes, a 13, ocorrera a inauguração privada,

Por ocasião dos 30 anos do Snob,  José Quitério escreveu um texto evocativo.

Chamou-lhe Lugar de Afecto:

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