sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

À VOLTA DOS EDITORES


Pela entrevista que Maria Ondina Braga deu à revista Ler, ficámos a saber dos maus tratos que os seus livros, ela própria, mereceram dos editores que lhe calharam em (des)sorte.

Traduções mal pagas, outras nem pagas foram e pelas reedições dos livros que traduziu (Erskine Caldwell, Herbert Marcuse, Pearl S. Buck, Graham Greene, Bertrand Russell, John Le Carré, Anais Nin, Tzvetan Todorov, entre outros) nem um tostão.

Lembremos Joaquim Figueiredo Magalhães, um editor exemplar.

Numa entrevista a Catarina Portas, Público, 1 de Dezembro de 2008, falou dos seus tradutores:

Escolhi escritores como tradutores porque eram homens que sabiam português. É que se eu quisesse alguém que soubesse línguas, entregava as traduções ao porteiro do Avenida Palace que sabia oito idiomas, só não sabia era português. Mas também preferia os escritores porque gostavam do que traduziam, traduziam por gosto.

Catarina Portas adianta que Figueiredo Magalhães pagava bem as traduções não se esquecendo de, em cada reedição, enviar um cheque, tanto a tradutores como capistas, no valor de um terço dos honorários iniciais.

Todos os escritores necessitam de um bom editor.

Razão de sobejo tinha Maria Ondina Braga para dizer que a sua sorte tinha sido bem fraca.

Entendem-se bem as razões por que alguns autores, José Saramago à cabeça, abandonaram a LEYA.

Eles não gostam de livros.

Adoram cifrões!

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