Augusto Abelaira
foi buscar a um poema de Carlos de Oliveira o título do seu romance Bolor e
utiliza o poema como epígrafe.
O poema, um lindíssimo
poema, chama-se Bolor, faz parte de Cantata (1960) e está reunido
em Poesias e também no 1º Volume de Trabalho Poético:
Os versos
que te digam
a pobreza que somos
o bolor
nas paredes
deste quarto deserto,
os rostos a apagar-se
no frémito
do espelho
e o leito desmanchado
o peito aberto
a que chamaste
amor
que te digam
a pobreza que somos
o bolor
nas paredes
deste quarto deserto,
os rostos a apagar-se
no frémito
do espelho
e o leito desmanchado
o peito aberto
a que chamaste
amor
Legenda:
fotografia de Dorothea Lange
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