quinta-feira, 14 de julho de 2016

NUM DESSES CAFÉS


Num desses cafés, desde o meio da manhã até ao meio da tarde, três ou quatro mesas estavam sempre reservadas para uma gente que se juntava ali todos os dias e cedia, a horas sacramentais, o lugar a outros que chegavam depois – os primeiros eram advogados, militares na reserva, políticos, coisas assim; os segundos pertenciam à fauna suspeitíssima que são os artistas e esses das letras, cujo préstimo verdadeiramente até hoje ninguém descobriu.

Eugénio de Andrade

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