Nos Mares do Fim do Mundo
Bernardo
Santareno
Edições
Ática, Lisboa, Junho de1999
Enquanto o “David Melgueiro” se afasta, mais e mais de Lisboa,
eu surpreendo-me com as mãos abertas ao
vento, para nele colher um certo olhar negro e patético, ou um riso estridente
e nervoso que queria ser lágrima, ou aquele dorido inclinar de cabeça
silencioso e resignado, ou aquele beijo enviado por alguém que me pede uma
estrela como testemunho da aventura, ou a serenidade hirta e requintada de
quem, enquanto o navio se distancia, se acusa por não sentir nada (nem mágoa,
nem saudade) por mim... Com as minhas longas mãos abertas ao vento...
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