Antes disso, vivia - e isto foi importante
para mim - num quarto andar da Rua das Janelas Verdes, com o Tejo defronte - o
Tejo como era na altura. O Tejo com movimento, com navios de carga, com
fragatas, tudo. Passei do Tejo com movimento para as Avenidas Novas, que era
uma coisa chata. Isso de ver o Tejo fez-me muita falta e talvez esteja na
origem da minha mania de fazer bonecos. Essa falta de um espectáculo permanente
talvez me tenha levado, por hipótese, a desenhar.
Júlio Pomar
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