«Eu e a Zélia estivemos numa Sociedade Operária. Aí actuámos, eu e o Paredes (o filho é ainda melhor que o pai) no meio de uma assistência atenta e compenetrada, toda ela de operários e mulheres de xaile e lenço. Ofereci-lhes uma canção feita na véspera (16-05-64), uma espécie de evocação da terra alentejana e do seu símbolo ainda vivo na lembrança do homem povo: a Catarina Eufémia, uma ceifeira de Baleizão morta pela Guarda Republicana em circunstâncias que forneceriam matéria para uma canção de gesta. É claro, que não é isto que interessa manter nestes contactos efémeros com os «mujiks» do nosso tempo. Se alguma vez tiver de deixar esta terra é a lembrança dos homens que conheci em Grândola e noutros lugares semelhantes que me fará voltar.»
Excerto
de carta de José Afonso enviada aos seus pais em 23 de Maio de 1964.
Legenda:
Cartaz e texto da carta de José Afonso, retirados do site da Associação José Afonso

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