quarta-feira, 10 de setembro de 2025

ADIRO E REMEMORO

Adiro e rememoro, calo e vejo

o que não é de noite nem de dia:

outro mar interior que se esvazia. 

Arrumo e já persisto, corro e beijo

 

a raiz de somenos, de entretanto, 

que era ou que não era mais ao lado 

de um tempo ferido mais que de passado. 

Ao sair de pequenos, por enquanto, 

 

olhares de luzes, moitas, agonias, 

encontro mãos abertas, correnteza 

de sumos, e a pedra em que me vias: 

 

veludo teu de flores, de flor firmeza, 

tua casa de mato e cantarias, 

janela entreaberta para a mesa.

 

Pedro Tamen de Escrito de Memória em Tábua das Matérias

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