Em cima da mesa, uma
pilha
de livros que vou lendo
por ordem
para não introduzir a
desordem. Uns
têm quase oitocentas
páginas,
outros são mais
pequenos, mas, sendo
mais complicados,
demoram o dobro
do tempo a ler. São
assim as coisas,
relativas e pouco
fiáveis. O que importa
é ter tudo esclarecido
ao longo
da leitura: não tomar
notas, não
deixar sinais que eu
passei por ali e, um dia,
quando alguém olhar
para os meus
livros, perguntará se
sei tudo o que tenho
pela frente. E darei
uma resposta
metafísica: «Há livros
que se pegam
à pele e já não saem de lá. Outros caem
das mãos, e deixam o
chão cheio
de letras. Depois, é só
apanhá-las, uma
a uma, e voltar a
colá-las.»
Nuno Júdice
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