sexta-feira, 26 de setembro de 2025

SEM VIDA E SEM APELIDO

«No dia em que nasci, não chorei. Por isso puseram-me de lado, como uma encomenda de 2, 670 quilos sem franquia e sem nome e sem nome de destinatário, o tempo de preencherem a papelada administrativa para me declarem partida antes de ter chegado.

Nada-morta. Criança sem vida e sem apelido

A parteira teve de me dar um nome à pressa para preencher os campos em branco, escolheu Violette.

Imagino que eu estaria violácea da cabeça aos pés.»

Valérie Perrin em A Breve Vida das Flores

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