A tragédia abateu-se sobre a cidade de Lisboa.
Um
dos dois veículos, que constituem o Elevador da Glória, por motivos ainda desconhecidos,
desceu desgovernado, embateu num prédio da rua, matando 16 passageiros e originando
dezenas de feridos, alguns, permanecem nos hospitais, em estado grave.
Aparentemente
um cabo que se partiu, estará na origem do acidente, mas é muito cedo pa ra
qualquer conclusão, ainda por cima, o cabo, «olhado» na manhã do acidente, não
mostrava qualquer anomalia.
Contudo,
a empresa privada que faz a manutenção dos elevadores, a mando não se sabe de
quem, reduziu vistorias de 24 horas diárias para inspecções de 30 minutos.
A
Lupa, percorrendo um artigo publicado, no Público, da autoria de Carlos Cipriano e Ruben
Martins, verificou que, provavelmente, uma equipa de trabalhadores técnicos da
Carris com experiência na manutenção permanente, teria detectado, apara além do cabo, outras anomalias.
Alguém aleatório, que só vê a maquinaria do elevador meia hora por dia, não dá por eventuais
diferenças.
«Várias
fontes consultadas pelo Público alertam para a perda de conhecimento técnico,
não só na Carris como noutras empresas públicas, à medida que os trabalhadores
mais velhos se reformam sem serem substituídos por novos quadros porque se
optou pelo outsourcing. Esse conhecimento técnico, partilhado por
engenheiros e operários, era obtido e consolidado através de sucessivas
gerações de pessoal que pertencia ao quadro e tinham carreiras estáveis nas
empresas. Além do know how propriamente dito, havia o conhecimento
empírico, traduzido, por exemplo, em expressões como “manhas da máquina” ou
“cantar diferente” quando se referiam ao funcionamento dos equipamentos. Algo
que se perde quando a actividade passa a ser feita por empresas que prestam
serviços em contratos de três ou quatro anos.».

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