Já só o encantamento de ti resta
no verso em que
soubeste transportar
a luz desaparecida de
uma festa
para a amargura acesa
de um olhar.
O século que finda já
nos deu,
para além das palavras
mais vazias,
a estrela d’alva aonde
morre o céu
em vãs constelações,
por demais frias.
Manhã se diz a treva
iluminada
que ri no limiar do pensamento,
como se à terra nua e
devastada
coubesse o culminar do
firmamento.
Como um deus que se
esconde na folhagem,
o vão poeta nasce desta
imagem.
Luís
Filipe Castro Mendes em Poemas Reunidos
Sem comentários:
Enviar um comentário