sábado, 27 de setembro de 2025

DISTO, DAQULO E DAQUELOUTRO

Esta secção nasceu com o propósito de ser semanal, mas nunca conseguimos seguir esse propósito. Resta apresentar os necessários pedidos de desculpa.


De Donald Trump há que esperar tudo, mais alguma coisa  e ainda a procissão vai no adro.

Como um país, como a América, consegue colocar um louco a governá-lo, é algo que ultrapassa todos os limites da incompreensão, dizer ainda dos milhões de admiradores que ele tem pelo vasto mundo, do qual Portugal não escapa.

O discurso que Trump proferiu esta semana nas ONU, está repleto de ameaças e lá vieram os imigrantes -  «é tempo de acabar de com a experiência falhada das fronteiras abertas. Têm de acabar com isso agora. Posso dizer-vos que sou muito bom nestas coisas. Os vossos países vão para o inferno».

Mas o mais surpreendente foi  ouvi-lo lamentar-se de que em tempos, foi preterido como empreiteiro num concurso para a renovação do edifício das Nações Unidas.

1.

Os preços das casas em Portugal Continental subiram 21,6% em Agosto face a igual período do ano passado. Há quase 40 anos que não se verificava uma subida tão acentuada em Portugal.

 

2.

João Ferreira da CDU, apresenta-se como o mais bem preparado candidato à Câmara Municipal de Lisboa.

«Carlos Moedas e Alexandra Leitão, candidatos à Câmara Municipal de Lisboa estavam mesmo convencidos de que iam ser favas contadas. Quando já estava decretada a corrida a dois, um desastre: os confortáveis debates frente a frente, apenas um contra o outro (tão ao gosto dos nossos comentadores do espectáculo político), foram travados pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social , que repôs a justiça (e a lei) e forçou a comunicação social a incluir todas a forças políticas com vereadores eleitos na autarquia – sendo a CDU a única candidatura excluída.

Nem mesmo a opção absurda de incluir o Chega (sem que nenhum critério o justificasse) alterou o resultado dos dois primeiros debates (na SIC e no Observador): «Ferreira venceu. Moedas pouco melhor que Leitão», declarou o Observador («João Ferreira ganha de novo e Leitão perde para Moedas», repetiram dias mais tarde); «Com Moedas à defesa, João Ferreira impôs-se no debate de Lisboa e levou Alexandra Leitão ao prolongamento», concluiu o Expresso; o podcast da equipa de política do Público é peremptório no título escolhido – «A vitória de João Ferreira».

Lido em Abril, Abril

3. 

«Um genocídio na Palestina, guerra na Ucrânia, tensão nos EUA e entre os EUA e Venezuela, autárquicas à porta... mas a televisão pública dedica os primeiros 22 minutos do Jornal da Tarde à mudança de treinador no Benfica. E está a repetir a desgraça no Telejornal. Isto não é apenas doentio, é indecoroso. É a miséria em que estamos metidos».

Lido no blogue Antologia do Esquecimento

4.

Os dirigentes das principais universidades do país e dois dos mais prestigiados investigadores nacionais arrasam a extinção da Fundação para a Ciência e Tecnologia, a medida do governo é radical, não tem fundamento e compromete a ciência.

5.

«De acordo com dados da empresa, há quatro concelhos sem pontos de venda de imprensa; cerca de duas dezenas só com um; 61% das freguesias, onde residem 19% do portuguesas não têm pontos de venda de jornais. Com exceção para a Grande Lisboa e Grande Porto, Setúbal, Coimbra e Braga, o resto do país tem rentabilidade negativa.

Sem leitura, aumenta a dependência das redes sociais como fonte primária de informação. Ora, sabemos bem como essas plataformas são terreno fértil para teorias da conspiração e manipulações. A ausência de informação profissional e verificada deixa o espaço público vulnerável.

Ler continua a ser um ato político, no sentido mais nobre do termo. Ler amplia horizontes, combate preconceitos e fortalece a cidadania. Mas para que isso seja possível é necessário que o Governo assuma a sua responsabilidade: garantir que a imprensa chega a todo o território, apoiar uma rede de distribuição que não pode ser deixada ao abandono, e reforçar políticas públicas que promovam a leitura desde cedo e ao longo da vida.»

Do editorial de Valentina Marcelino no Diário de Notícias de 23 de Setembro

6.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, cada português desperdiça por ano 182,7 quilos de alimentos, e os dados de 2023 indicam que nesse ano desperdiçaram-se no país 1,9 milhões de toneladas de alimentos, sendo 66,8% desse desperdício atribuídos às famílias.

7.

Também uma frase do poeta e editor Paulo da Costa Domingos:

«É cada vez mais nos livros velhos que devemos buscar as verdades novas.»

Sem comentários: