segunda-feira, 29 de setembro de 2025

SEMPRE CLAUDIA CARDINALE


«Não nasceu para o cinema, mas foi no grande ecrã que todos a conhecemos. Claudia Cardinale (1938-2025) foi uma das grandes estrelas do cinema do século XX e marcou para sempre quem com ela se deixou perder nos filmes de realizadores como Visconti, Fellini, Monicelli ou Zurlini, entre muitos outros grandes do cinema italiano (e não só). A estreia aos 20 anos em GANGSTERS FALHADOS foi auspiciosa e seguiram-se tantos e tantos títulos que uma breve nota não chegaria para falar ou descrever a forma como nos aparecia nas telas: do barroco viscontiniano (O LEOPARDO à cabeça) ao universo feliniano (a sua presença em OITO E MEIO é inesquecível para todos quantos a viram), passando pela rapariga da mala, protagonista de um dos mais famosos filmes de Zurlini. Assim como não é possível esquecer a sua chegada ao Velho Oeste na obra-prima de Sergio Leone ACONTECEU NO OESTE, a fabulosa aparição que faz no épico amazónico de Herzog FITZCARRALDO, a graciosidade com que entra num filme da máquina hollywoodiana como A PANTERA COR DE ROSA ou como entrou de rompante no universo de Oliveira em O GEBO E A SOMBRA, como se fizesse parte da família oliveiriana desde sempre.

Perdemos mais uma peça do imaginário popular do cinema europeu que aos poucos deixa de existir. Na data do seu falecimento, recordamos Claudia Cardinale na sua visita a Lisboa em novembro de 2001, quando esteve no Palácio Foz a apresentar uma sessão do ciclo de homenagem que a Cinemateca lhe dedicou nesse mesmo mês com uma galeria de fotos tiradas nessa ocasião.»

Lido em In Memorian Claudia Cardinale, Cinemateca

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