«O que se passa é quantificável e reflete bem o que está em causa. De acordo com dados da empresa, há quatro concelhos sem pontos de venda de imprensa; cerca de duas dezenas só com um; 61% das freguesias, onde residem 19% do portuguesas não têm pontos de venda de jornais. Com exceção para a Grande Lisboa e Grande Porto, Setúbal, Coimbra e Braga, o resto do país tem rentabilidade negativa.
Sem leitura, aumenta a
dependência das redes sociais como fonte primária de informação. Ora, sabemos
bem como essas plataformas são terreno fértil para teorias da conspiração e
manipulações. A ausência de informação profissional e verificada deixa o espaço
público vulnerável.
Ler continua a ser um
ato político, no sentido mais nobre do termo. Ler amplia horizontes, combate
preconceitos e fortalece a cidadania. Mas para que isso seja possível é
necessário que o Governo assuma a sua responsabilidade: garantir que a imprensa
chega a todo o território, apoiar uma rede de distribuição que não pode ser
deixada ao abandono, e reforçar políticas públicas que promovam a leitura desde
cedo e ao longo da vida.»
Excertos
do editorial de Valentina Marcelino no Diário de Notícias 23 de Setembro.
Legenda:
pintura de Claude Monet.
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