terça-feira, 21 de setembro de 2010

BOM DIA, OUTONO

Tenho estado à espera dele, e se bem que os dias ainda sejam quentes, já lhe sinto o cheiro.

Chegou o Outono, Outono que brilha em sol cor de laranja derramando uma luz amigável. Chamo-lhe a visibilidade dos afectos.

Albert Camus disse que o Outono é outra primavera, cada folha uma flor.

As folhas das árvores adquirem tons amarelecidos e já vão caindo sobre os jardins e os passeios. Não tarda que o homem que ali, numa esquina da Praça de Londres, e durante o Verão vendeu sorvetes, substitua o carrinho e lhe coloque em cima o assador de castanhas, cujo fumo há-de perfumar as ruas, a serenidade do cair da tarde.

As primeiras chuvas hão-de trazer o cheiro leve e puro da terra molhada
.
O Outono é o cheiro do doce de tomate que a minha avó fazia – não esqueças o pau de canela -um cheiro paradisíaco que ainda hoje viaja dentro de mim– é possível os cheiros viverem assim?

 Pelos vistos, é!

Começam a aparecer, em algumas montras de pastelarias, não em tantas como noutros tempos, as tigelas com marmelada nova, cobertas com papel vegetal.

Os pássaros voltarão em Março.

Sem comentários: