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Chegou o Outono, Outono que brilha em sol cor de laranja derramando uma luz amigável. Chamo-lhe a visibilidade dos afectos.
Albert Camus disse que o Outono é outra primavera, cada folha uma flor.
As folhas das árvores adquirem tons amarelecidos e já vão caindo sobre os jardins e os passeios. Não tarda que o homem que ali, numa esquina da Praça de Londres, e durante o Verão vendeu sorvetes, substitua o carrinho e lhe coloque em cima o assador de castanhas, cujo fumo há-de perfumar as ruas, a serenidade do cair da tarde.
As primeiras chuvas hão-de trazer o cheiro leve e puro da terra molhada
.
O Outono é o cheiro do doce de tomate que a minha avó fazia – não esqueças o pau de canela -um cheiro paradisíaco que ainda hoje viaja dentro de mim– é possível os cheiros viverem assim?
Pelos vistos, é!
Começam a aparecer, em algumas montras de pastelarias, não em tantas como noutros tempos, as tigelas com marmelada nova, cobertas com papel vegetal.
Os pássaros voltarão em Março.
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