sábado, 25 de setembro de 2010

OS CLÁSSICOS DO MEU PAI



O meu gostava muito de Franz Schubert.

Quando ouvia música clássica, Schubert comparecia quase sempre. Deliciava-se com “Trout” e tinha um prazer secreto com a 8ª Sinfonia, também conhecida por “Incompleta”.

Dos LPs de Schubert apenas existe este. Os outros, bateram asas, voaram sabe-se lá para onde.
Pelo menos eu não sei, e se eu não sei…enfim, os tais mistérios…

Porquê Schubert?

O meu pai não sabia muito bem. Acontece-me o mesmo: muita dificuldade em explicar os meus gostos.

José Rodrigues Migueis tinha de Franz Schubert esta opinião:
“Julgo por vezes compreender Schubert – dentre todos, de mim, o mais amado! – como homem: não podendo alcançar a sua Esterhazy, contenta-se com o amor de uma criada. É que os espíritos requintados e sensíveis preferem a sensibilidade dos humildes à sofistificação dos grandes (ou pseudograndes), que os atormenta de antagonismos r problemas. Assim o Poeta obscuro, meu amigo, que durante anos viveu secretamente de amores com uma varina e no dia em que ela lhe morreu se suicidou sem uma palavra de queixume.”

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