terça-feira, 14 de setembro de 2010
A RIVIERA PORTUGUESA
Quando o Algarve era praias pequenas e desertas, terra de pescadores, longe da invasão de alemães e ingleses que, pelos anos 60, veio a sofrer chamavam ao Estoril a “Riviera Portuguesa”.
Hoje não sei o que lhe chamam.
Mas em 1943, Maria Archer, e Branca de Gonta Colaço escreveram um livro a que puseram o título de “Memórias da Linha de Cascais”, e chamaram ao Estoril “o fulcro irradiante da Costa do Sol.”
“O areal é pequeno, estreito inclinado, enegrecido por afloramentos de rochas, e dá pouco espaço para o espraiara da onda. A oeste, sob a água, alongam-se agora uns paredões que provocam correntes submarinas e quedas de areia na praia. Assim se conseguiu, nos últimos anos, alargar o areal para os lados do Monte Estoril.
De Verão toda a praia desaparece sob os toldos multicores.
Sobre um degrau de pedra, alto como um homem, cingido à terra, segue uma esplanada de empedrado, estendida do Monte Estoril a São João.
O “restaurant”, o balneário, com música, movimento, alegria, erguem-se na praia. A multidão espairece, Vêem-se fatos de banho janotas, tão despidos quanto o permite a lei, Vêem-se os banhistas do sol que tenteiam as audácias do nudismo, vêem-se os que nadam, os que barquejam, os que namoram, os que se exibem, os que se isolam entre o tumulto.
Uma praia da moda. A quem não encanta, diverte.
O Estoril é o mostruário da alta burguesia lisboeta.
Cada moradia, cada palacete, cada “Chalet”, ali erguidos, têm a etiqueta dum morador ou dum proprietário com situação e nome cotado e classificado no modesto caleidoscópio da vida nacional.”
Legenda: Imagem tirada do “Expresso”, 23.08.2003
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