Agosto Azul
M.
Teixeira-Gomes
Seara Nova,
Lisboa, Junho de 1930
Por cima dos alcantis da costa progride a alvorada;
cinge-se o céu de faixas de oiro cor de limão golpeadas a carmim e o mar
dilata-se infinitamente quando rebenta a luz do sol, jorrando fogo como se por
detrás do céu tudo fosse metal fundido…
Dão-me no peito nu os primeiros raios do sol, que eu esperava erguido à proa do bote e atiro-me à água onde um mergulho de olhos abertos, em voluptuosos torvelinho de prata lactescente. Tenho a ilusão de uma possível metamorfose, seguindo sem esforço o rastilho escumoso do bote, com arrancos de golfinho, pelo lençol da água esverdinhada onde todo o meu corpo se embebe de fresquidão…
Dão-me no peito nu os primeiros raios do sol, que eu esperava erguido à proa do bote e atiro-me à água onde um mergulho de olhos abertos, em voluptuosos torvelinho de prata lactescente. Tenho a ilusão de uma possível metamorfose, seguindo sem esforço o rastilho escumoso do bote, com arrancos de golfinho, pelo lençol da água esverdinhada onde todo o meu corpo se embebe de fresquidão…
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