terça-feira, 15 de janeiro de 2019

COISAS EXTINTAS OU EM VIAS DE...


A Pastelaria Suiça já não existe.

De portas abertas desde 1922 foi vendida a um fundo de Investimento em que o tenista espanhol Rafael Nadal é participante.

Nunca foi uma loja histórica da cidade.

Concorreu para o ser, mas acabaram por desistir.

A Suiça era a sua esplanada, voltada para o Rossio, com turistas a beber cervejas ou galões.

O dono estava cansado e depois das últimas obras que fizeram, há uns anos, perdeu qualidades:

Ricardo Martins Pereira:


A 31 de Agosto do passado ano, dia em que fechou portas, o presidente Marcelo foi lá jantar:

«Durante décadas, almocei e jantei aqui, desde miúdo, com a minha família. Quando passava de ano vinha aqui almoçar ou jantar. Quando vinha a um espetáculo vinha aqui cear. Ficávamos nestas mesas. Ou aqui ou ali», afirmou Marcelo, às reportagens televisivas.

«Nesta mesa morreu o meu pai, neste mesmo lugar onde eu estou a comer, há 16 anos, portanto ficámos muito ligados e vim aqui despedir-me».

O Carlos Alberto, amigo de infância que já não vejo há largos e largos anos, num daqueles Primeiros de Maio que a ditadura proibia, a fugir à Polícia de Choque e aos seus carros de tinta azul, refugiou-se dentro da Suiça.

Tinha um carinho especial pela Suiça e, volta e meia convidava os amigos para um café e para contar, pela enésima vez, as peripécias daquele findar de tarde de  primeiro de Maio.

Sem comentários: