António Gedeão em sua
casa na Rua Sampaio Bruno.
Uma fotografia
encontrada na Internet mas não consegui obter qualquer informação de quem se
encontra a seu lado.
Mas é uma fotografia
de serenidade, a atitude delicada de um príncipe que sabe receber.
O tempo é de Natal
porque está um prato com broas castelar em cima da mesa e vêem-se também duas
chávenas de chá.
Alguém visitou o
poeta, o professor, ele que era um estupendo conversador.
Entendi que seria
bonito colocá-la aqui neste primeiro dia do novo ano, também pretexto para
deixar um poema de António Gedeão:
Poema da Morte
Aparente
nos tempos em que acontecia o que está acontecendo agora,
e os homens pasmavam de isso ainda acontecer no tempo deles,
parecia-lhes a vida podre e reles
e suspiravam por viver agora.
a suspirar e a protestar morreram.
e agora, quando se abrem as covas,
encontram-se às vezes os dentes com que rangeram
tão brancos como se as dentaduras fossem novas.
De Linhas de Força (1967) em Obra Completa
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