O Verão Quente de 1975 entra por Outubro.
Sucedem-se as manifestações e as contra manifestações.
O PS e o PSD convocam para Belém uma manifestação de apoio ao VI Governo Provisório.
Do discurso de Mário Soares:
“Nós ,em 58, tivemos um general sem medo, hoje temos um almirante sem medo.
O povo de >>>Portugal está com o VI Governo porque este governo é um governo de esquerda, é o governo de esperança para este país: porque sabe que poderá consolidar as grandes conquistas da nossa revolução.”
O Almirante Pinheiro de Azevedo, dirigindo-se aos manifestantes:
“Temos de reconquistar a disciplina para vencer a a narquia em que este país tem vivido.”
Do “Diário Popular” de 2 de Outubro de 1975:
“Na sequência de dois comunicados do Partido Socialista, nos quais se alertava a população para um hipotético “golpe” da responsabilidade de “grupos da pseudo-esquerda, o País, sobretudo no norte e no centro, foi ontem sacudido por uma verdadeira campanha de boatos tendente a mobilizar a população, se possível, para uma “marcha sobre Lisboa”. Não obstante a efervescência provocada pelos dois comunicados do P.S., os órgãos da Informação – um dos alvos atribuídos aos pseudo golpistas – não lograram ainda detectar sinais de intentona, nem nos locais de trabalho nem fora deles…”
Rodrigues da Silva no “Diário Popular” do dia seguinte:
“Sejamos claros. O que o dito P.S. quer cada vez se percebe melhor. Enquanto o povo andou quase completamente iludido, óptimo, vivam as “legalidades democráticas” com eleições e tudo, viva a “unidade Povo-MFA”, etc. e tal; agora que as “legalidades democráticas” e a “unidade Povo-MFA”, começam a cheirar um tanto a esturro, o que é preciso é arranjar a outra legalidade do estado de emergência que lhe permita ao P.S., e à burguesia, cujos interesses representa, desembaraçar-se da incomodidade das conquistas populares através das quais o povo o povo se organiza, faz ouvir a sua voz e começa a impôr a sua vontade, lançando o embrião do poder.”
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