Já vimos que, por Outubro, o país andou numa roda viva.
Golpes, golpinhos e golpadas, a questão de saber se as armas estavam, ou não, em boas mãos.
Rui Pimenta em “O Jornal” de 17 de Outubro de 1975: titula: “golpe a golpe enche a contra-revolução o papo.:
“A ideia de que um golpe de estado poderia ocorrer durante as próximas três semanas começou a ganhar força, nos últimos dias., em alguns círculos militares.”
A 18 de Outubro de 1975, o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas manda localizar as armas desaparecidas e desarmar a população civil.
Nesse mesmo dia, César da Silva, escreve um artigo no “Diário Popular” com o título:
“A última palavra pertence a quem tem as armas…”
Eduardo Valente da Fonseca escreve em “O Século” de 21 de Outubro:
“O Chefe do Estado Maior General faz Forças Armadas avisou, num comunicado, que serão presos todos os “elementos portadores de material de guerra, intensificando-se, do mesmo modo, as pesquisas para localizar armas desaparecidas.”
Eu tenho um arsenal de armas mas não as entrego. Venha quem vier. O meu arsenal foi-me dado generosamente no dia 25 de Abril. Sem juros. Esse poderoso arsenal que não entrego, porque mesmo que quisesse não podia, chama-se PODER POPULAR. É um arsenal com armas de longo alcance, de tão longo alcance que dispensa todas as armas convencionais de guerra. É o querer de um Povo. É o sonho de um Povo argamassado na realidade, no dia-a-dia, na mesma cozinha, na rua, no café, na oficina, na tasquinha. É a força mais forte do Mundo: é o povo armado de Povo que é a maior e mais poderosa arma do Povo”.
Legenda: recorte do “Jornal do Comércio” do dia 18 de Outubro de 1975.
Sem comentários:
Enviar um comentário