«Setembro. E isso é belo como um poema que não sei inventar», como dizia
o Vergílio Ferreira.
Por
Setembro, lembrando sempre o meu pai quando, em plenos calores estivais,
dizia: «em Setembro voltamos a ser gente.»
Eugénio
de Andrade conhecia Setembro pelo cheiro.
O
ar ainda é quente, mas mais lá para a frente, começará a cheirar a Outono, e
tardará pouco para ir ao armário buscar uma lãzinha, talvez se encontrem
uns trocos num qualquer bolso, também o entusiasmado fumo dos vendedores de
castanhas a espalhar-se pela cidade.
Em Setembro, planta, colhe e cava, que é mês para tudo.
Hão-de apanhar-se as uvas e tudo ficará a cheirar a mosto.
Ramo curto, vindima longa.
Cheiros e mais cheiros.
Bom dia, Setembro.

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