A Morte da Canária
S. S. Van Dine
Tradução: Darcy Azambuja
Capa de Cândido Costa Pinto
Colecção Vampiro nº 20
Edições Livros do Brasil - Lisboa, Janeiro de 1949
Depois ordenou a Heath e Snitkin que esperassem no “hall” e nós, fomos para um quarto próximo. Markhan ficou perto da porta, como fazendo guarda, e Vance, com um sorriso irónico, foi até à janela.
- Esse homem é formidável, Markhan – disse ele – É digno de admiração.
Markhan não respondeu. O ruído que vinha da cidade parecia aumentar o sinistro silêncio do aposento.
De súbito ouviu-se no outro quarto o estampido de um tiro.
Markhan abriu a porta de para em par, Heath e Snitkin correram e debruçaram-se sobre o corpo de Spotswood. Markhan voltou-se de súbito e fixou os olhos em Vance.
- Suicidou-se!
- Era de prever – disse Vance
- Você… você sabia o que ele ia fazer? – exclamou Markhan.
- Era evidente, não acha?
- E você intercedeu deliberadamente por ele para lhe dar a oportunidade a?...
- Tá, tá, meu querido amigo. Peço-lhe que não ostente uma indignação convencional. Dispor da vida do próximo não é muito razoável, mas da própria sim, quando se tem motivo. O suicídio é um direito inalienável.
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