terça-feira, 8 de junho de 2010

O OUTRO LADO DOS JACARANDÁS

Chove na cidade e amaldiçoamos o transtorno que a chuva nos acarreta. Nunca nos ocorre o quanto ela é bem-vinda nos campos.

As folhas azul-lilás dos jacarandás caem e ficamos maravilhados com o tapete em que transformam as ruas e os passeios, esquecendo os que, tendo carros estacionados os vêem repletos de folhas secas.

Numa reportagem de Katia Catulo, publicada no “Diário de Notícias” (25.05.2007) D. Marta Maldonando, moradora no nº 99 da Avenida D., Carlos I, chamava “praga” às folhas caídas no seu automóvel. Sai sempre de casa munida de esponja ensopada em detergente: “Para tirar isto é preciso uma boa esfregadela”.


Também António Fortes, empregado da “Cafetaria El Rey D. Carlos”, queixava-se do mesmo e evitava estacionar na Avenida D. Carlos I, mas nem sempre era bem sucedido e lá tinha que deixar as folhas dos jacarandás caírem no carro. “Reconheço que a cidade fica deslumbrante com as copas floridas, mas é muito irritante encontrar quase todos os dias manchas de flores ressequidas no meu automóvel."

Há os que defendem que os jacarandás apenas deveriam estar confinados aos parques e jardins. Mas Graça Valente, que vive no Bairro da Madragoa há mais de 47 anos, entende que terá que haver esse sacrifício com os automóveis sujos:


“Não sei o que pareceria o largo sem o jacarandá.”

Uma frase bonita de reter.


Ou o prazer, o gosto de olhar as flores dos jacarandás.

Legenda: Fotografias tiradas no dia 30 de Maio na Avenida D. Carlos I.

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