Barbear, Pentear
(Jornal d’Um
Vagabundo)
Fialho d’Almeida
Livraria
Clássica Editora, Lisboa, 1923
Ha muito tempo que o serviço das bibliotecas e
archivos devia ter sido reformado por pessoa capaz de vêr lucidamente a questão
do ensino público, e uniformizado e reduzido a um instrumento commodo e facil
de cultura. Vejam a lastima das bibliotecas de Lisboa. Por exemplo, na
principal, faltam os livros de quasi todos os escriptores nacionais contemporâneos;
e da encyclopedia moderna de frança, Inglaterra, Alemanha, etc., tanto em
jornaes como em volumes, tesouro de gerações estudiosas, e que nenhum homem
modernamente educado deixa de consultar todos os dias, a biblioteca de Lisboa
não possue senão meia duzia de volumes, adquiridos sem plano nem conhecimento da classificação scientifica,
ao acaso das vitrines dos livreiros – pois é tão pobre que tem de pedir um extraordinário
ao ministério de cada vêz que paga ás mulheres que sacodem os livros e desempoeiram
as estantes (!!).

1 comentário:
Vejo um repórter desportivo fazer perguntas a adeptos...e oiço gritos, urros, alhos e bugalhos...que povo é este? Que cambada de analfabetos estamos a gerar e começa pelos de cima...vejo e coro.
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