Falo-vos
de homens que não têm Primavera
da solidão dos dias
do sabor do sangue
das espingardas apontadas
Falo-vos
do amor interrompido
das mães, dos cabelos brancos
nos cais cobertos de fardas
das gentes
das casas
das tragédias
Falo-vos
da violência discretamente
organizada
das mentiras
das sombras
dos punhais
da morte estranhamente súbita
do suor inútil
Falo-vos
dos jovens sem destino
das crianças sem olhos e sem
escolas
dos gritos e dos lamentos
Falo-vos de um povo e
de uma pátria
César Oliveira em O Amor e a Guerra
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