É domingo e a Lupa voltou a deslizar sobre o poema Estudo do Rosto de Tiago Araújo, poeta, músico, uma mistura de realismo e surrealismo, de densidade e simplicidade, de beleza e aspereza, vai dizendo que o afecto é muito maior do que se possa imaginar.
«coleciono fotografias
de família, vendidas em alfarrabistas
por pouco dinheiro,
como prova de que estamos
a uma ou duas gerações
do esquecimento,
invento dedicatórias,
parentescos, datas e locais,
espalho-as em
molduras pela casa para confundir visitas
e de me vingar de uma memória que me atraiçoa sem descanso

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