domingo, 25 de maio de 2025

OS CLÁSSICOS DO MEU PAI


Charles Aznavour.

Nasceu em Saint-Germain-des-Prés no dia 22 de Maio de 1924, filho de imigrantes arménios que eram artistas de teatro.

Se ainda andasse por aqui, a encantar-nos, teria feito 101 anos.

Terá composto mais de 850 canções, algumas imortais, vendeu mais de 200 milhões de discos,

O meu pai gostava muito de Charles Aznavour.

Duas canções em particular: La Mamma e La Bohéme.

Para além do começo de Thais do Anatole France: «En ce temps-là le désert etait peuplé d’anachorètes.», nas conversas que mantinha, introduzia frases. Uma delas era um provérbio francês «Si jeunesse savait, si vieillesse pouvait», também uns versos de Baudelaire que referiam que no fundo das garrafas vazias fica sempre uma certa tristeza.

O meu pai, de uma certa maneira, foi  um boémio, e pegando na frase que amiúde citava , se o novo soubesse e o velho pudesse, talvez o remetesse para a canção do Aznavour, La Bohéme, de que muito gostava, aliás Aznavour considerava a sua melhor canção: porque falava de uma época que os mais jovens não podiam conhecer, quando Montmartre tinha lilases pendurados nas janelas e, se na maior parte dos dias não tinham de comer isso não os deixava de acreditar, ser-se jovem, ser-se louco.


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