Charles Aznavour.
Nasceu
em Saint-Germain-des-Prés no dia 22 de Maio de 1924, filho de imigrantes
arménios que eram artistas de teatro.
Se
ainda andasse por aqui, a encantar-nos, teria feito 101 anos.
Terá
composto mais de 850 canções, algumas imortais, vendeu mais de 200 milhões de
discos,
O
meu pai gostava muito de Charles Aznavour.
Duas canções em particular: La Mamma e La Bohéme.
Para
além do começo de Thais do Anatole France: «En ce temps-là le désert
etait peuplé d’anachorètes.», nas conversas que mantinha, introduzia
frases. Uma delas era um provérbio francês «Si jeunesse savait, si
vieillesse pouvait», também uns versos de Baudelaire que referiam que no
fundo das garrafas vazias fica sempre uma certa tristeza.
O
meu pai, de uma certa maneira, foi um boémio, e
pegando na frase que amiúde citava , se o novo soubesse e o velho pudesse,
talvez o remetesse para a canção do Aznavour, La Bohéme, de que muito
gostava, aliás Aznavour considerava a sua melhor canção: porque falava de uma
época que os mais jovens não podiam conhecer, quando Montmartre tinha lilases
pendurados nas janelas e, se na maior parte dos dias não tinham de comer isso
não os deixava de acreditar, ser-se jovem, ser-se louco.

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