domingo, 18 de maio de 2025

SUBLINHADOS SARAMAGUIANOS


Terminamos hoje a pequena viagem que realizámos pelo prefácio que Miguel Real e Filomena Oliveira entenderam escrever para As 7 Vidas de José Saramago

A partir de agora, outra viagem se segue: a que abrange as 7 Vidas de um escritor maior na História da Literatura Portuguesa.

 «… o comunismo de Saramago imprime à sua obra um carácter de resistência cultural e política, como, igualmente, expressão de uma coerência ideológica que nenhum poder, dinheiro ou fama consegue subverter. Neste sentido, a figura de Saramago é encarada como a de um homem à margem, crítico feroz das instituições centrais e dominantes do poder e, como um anarquista do século XIX ou dos princípios do século XX, privilegia as comunidades dos pobres atrvés do ataque aos ricos. Numa palavra, Saramago é um hereje – para a Igreja, é um blasfemo e um sacrílego; para o Estado, um radical extremista, uma espécie de acrata moderno; para o seu Partido, um militante imune às regras partidárias; para o cidadão comum, um homem que superou as adversidades triunfando na vida.»


«… a Literatura pode resgatar um país e fazer admirar a sua cultura, ainda que o país seja pequeno e, sobretudo, internacionalmente insignificante. Passeia-se por Estocolmo «e protegeu-se da neve com um típico capote alentejano.»

«… o jovem Saramago já frequentava o São Carlos, onde entrava à socapa, para o «galinheiro, por amizade do porteiro, que era amigo do seu pai.»

Citamos, agora, uma frase da primeira entrevista que José Saramago concedeu, após a atribuição do Nobel da Literatura. Concedeu-a a Dolors Massot, enviada do jornal espanhol ABC à Feira do Livro de Frankfurt.

A frase é

«O mais importante do mundo é saber dizer não à injustiça».

Por fim:

«No regresso a Portugal, no dia 13, as primeiras declarações na sala VIP do aeroporto, decerto previamente meditadas, consubstanciam a relação existente entre a sua obra e acultura portuguesa:

«Não estou a regressar, eu nunca saí de Portugal. Pertencemos àquilo que nos fez. Esquecer-me de Portugal seria esquecer-me do próprio sangue e sem ele não podemos viver.»

Legenda: Enquanto andámos a ler o prefácio do livro de Migeul Real, a ilustração deste e dos anteriores Sublinhados Saramaguianos foi feita com recortes dos Dossiers da Biblioteca da Casa sobre José Saramago.

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