«A apresentação oficial da candidatura de Gouveia e Melo à Presidência da República mostrou, nas nossas televisões, uma vasta corte de aduladores do almirante, que faz lembrar as caricaturas queirosianas e camilianas do século XIX: um batalhão de burgueses bajuladores e um pelotão de políticos oportunistas que sentem ali o cheiro a poder e tratam de se mostrar rapidamente ao lado de quem parece estar à beira de influenciar muita coisa no futuro próximo deste país.
Um vídeo
introdutório apresentou o candidato como sendo um homem “rigoroso” e “muito
disciplinado”, o que é contraditório com tudo o que ele fez na aplicação dessa
mesma disciplina e rigor aos marinheiros do NPR Mondego que recusaram cumprir
uma missão, por o navio não estar em condições de navegar. Gouveia e Melo abriu
processos disciplinares, depois de os humilhar publicamente frente às
televisões, sem cumprir o rigor da lei, nem as regras da disciplina que ele
próprio teria de cumprir para aplicar sanções a subordinados e, no final,
passou pela vergonha de os tribunais anularem as suas decisões. Ele diz que se
quer dar ao respeito, mas não respeita o que devia respeitar.»
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