Agrícola era o sonho dos antigos
menestréis criados lavradores
frenesi demente nos postigos
interessantes inentos pra doutores
houve ainda um fado de em criança
um boi domesticado nos seus urros
por dentro dos amanhos um choro
repelente
que vinha das searas dos donos e dos
burros
agrícola o modo por que canto
redondo poder que os meus avós legaram
com loucos sim palermas no seu sono
primos de tanta vida pelas enxadas
ancinhos arados abandono
agrícola é o vinho e seu prazer
o som funesto do suor pela barba
e todas as mulheres
de narinas refeitas
e seios de pinho antigo
mulheres de tanto azedo e xaile
e tanto filho
Armando Silva Carvalho em Lírica Consumível
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