sábado, 26 de julho de 2025

MÚSICA PELA MANHÃ


O vinho e o seu prazer.

Está vazia a garrafa do Manuel Maria.

Lembrança de José Afonso no Venham Mais Cinco, rio largo de profundis, uma neta para nascer, outras vontades, saber dizer amor, avenidas novas, praça de londres a arder.

Não sei da história, sei da lenda, então, à John Ford, publique-se a lenda:

Em Monforte, visita, dia frio, à casa do escritor galego Manuel Maria, como agasalho, deram uma garrafa de aguardente ao jornalista José Viale Moutinho. De regresso a Portugal, o jornalista bebeu-a com José Afonso.

Agora olho outra garrafa vazia, «Diálogo», um tinto do Douro, 12,5 graus, produzido e engarrafado por «Nieport», Vila Nova de Gaia, que acompanhou uns ovos com ervilhas, entrecosto, toucinho, chouriça.

O rótulo é uma banda desenhada contada em 20 dialogados episódios da autoria de Luís Afonso.

-Está a olhar atentamente para o vinho porquê?

-Conhece a expressão “in vino veritas”?

- Sim e então?

- Então estou a tentar encontrar a vvrdade do vinho.

- Para isso terá de o beber.

- E agora?

- A verdade estava no vinho. Bebeu o vinho. Logo, é em si que está a verdade.

O bebedor caiu? Adormeceu?

O outro acrescentou:

-Não é para levar o latim tão à letra.

Rio Largo de Profundis é a 1ª Canção do Lado A do álbum Venham Mais Cinco, gravado em Paris no estúdio «Aquarium» de 10 a 20 de Outubro de 1973.

A canção começa com um diálogo de ajuste de som entre José Afonso e os técnicos de gravação. e as palavras «A garrafa vazia do Manuel Maria», repetidas 4 vezes, com o som do fole do João dedilhado pelo José Mário Branco, e depois disto é que arranca a letra:

Rio largo de profundis
Uma neta pra nascer
Amor avenidas novas
Praça de Londres a arder
Não quero martelo e rima
Aqui no Largo da Graça
Quero ficar onde estou
Para salvar a quem passa
João, Francisco, Maria,
Cada qual um nome tem
Quando vos deu os bons dias
Ninguém responde a ninguém
Venha duma outra vontade
Lá eu soubera dizer
Amor avenidas novas
Praça de Londres a arder

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