O vinho e o seu prazer.
Está vazia a garrafa do
Manuel Maria.
Lembrança de José Afonso
no Venham Mais Cinco, rio largo de profundis,
uma neta para nascer, outras vontades, saber dizer amor, avenidas novas, praça
de londres a arder.
Não sei da história, sei
da lenda, então, à John Ford, publique-se a lenda:
Em Monforte, visita, dia frio, à casa do escritor galego Manuel Maria, como agasalho, deram uma garrafa de aguardente ao jornalista José Viale Moutinho. De regresso a Portugal, o jornalista bebeu-a com José Afonso.
Agora olho outra garrafa vazia, «Diálogo», um tinto do Douro, 12,5 graus, produzido e engarrafado por
«Nieport», Vila Nova de Gaia, que acompanhou uns ovos com ervilhas, entrecosto,
toucinho, chouriça.
O rótulo é uma banda desenhada contada em 20 dialogados episódios da autoria de Luís Afonso.
-Está a olhar atentamente para o vinho porquê?
-Conhece a expressão “in vino veritas”?
- Sim e então?
- Então estou a tentar encontrar a vvrdade do vinho.
- Para isso terá de o beber.
- E agora?
- A verdade estava no vinho. Bebeu o vinho. Logo, é em
si que está a verdade.
O bebedor caiu? Adormeceu?
O outro acrescentou:
-Não é para levar o latim tão à letra.
Rio Largo de Profundis é a 1ª Canção do Lado A do álbum Venham Mais Cinco, gravado em Paris no estúdio «Aquarium» de 10 a 20 de Outubro de 1973.
A canção começa com um diálogo de ajuste de som entre José Afonso e os técnicos de gravação. e as palavras «A garrafa vazia do Manuel Maria», repetidas 4 vezes, com o som do fole do João dedilhado pelo José Mário Branco, e depois disto é que arranca a letra:
Rio largo de profundis
Uma neta pra nascer
Amor avenidas novas
Praça de Londres a arder
Não quero martelo e rima
Aqui no Largo da Graça
Quero ficar onde estou
Para salvar a quem passa
João, Francisco, Maria,
Cada qual um nome tem
Quando vos deu os bons dias
Ninguém responde a ninguém
Venha duma outra vontade
Lá eu soubera dizer
Amor avenidas novas
Praça de Londres a arder
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