quinta-feira, 11 de novembro de 2010

REMEMBRANCE DAY


Hoje, dia 11 de Novembro, em que se celebra o dia do armistício que pôs fim á  1ª Grande Guerra,  milhões de britânicos usam esta papoila na lapela em memória daqueles que sacrificaram as suas vidas nessa, e em todas as guerras.

A décima primeira hora do décimo primeiro dia do décimo primeiro mês.

Também temos mortos para recordar.

“Em Nambuangongo tu não viste nada
não viste nada nesse dia longo longo
a cabeça cortada
e a flor bombardeada
não tu não viste nada em Nambuangongo
Falavas de Hiroxima tu que nunca viste
em cada homem um morto que não morre.
Sim nós sabemos Hiroxima é triste
mas ouve em Nambuangongo existe
em cada homem um rio que não corre.
Em Nambuangongo o tempo cabe num minuto
em Nambuangongo a gente lembra a gente esquece
em Nambuangongo olhei a morte e fiquei nu. Tu
não sabes mas eu digo-te: dói muito.
Em Nambuangongo há gente que apodrece.
Em Nambuangongo a gente pensa que não volta
cada carta é um adeus em cada carta se morre
cada carta é um silêncio e uma revolta.
Em Lisboa na mesma isto é a vida corre.
E em Nambuangongo a gente pensa que não volta.
É justo que me fales de Hiroxima.
Porém tu nada sabes deste tempo longo longo
tempo exactamente em cima
do nosso tempo. Ai tempo onde a palavra vida rima
com a palavra morte em Nambuangongo.”

“Nambuangongo, meu Amor”,  Manuel Alegre em “A Praça da Canção”

Sem comentários: