Hoje, dia 11 de Novembro, em que se celebra o dia do armistício que pôs fim á 1ª Grande Guerra, milhões de britânicos usam esta papoila na lapela em memória daqueles que sacrificaram as suas vidas nessa, e em todas as guerras.
A décima primeira hora do décimo primeiro dia do décimo primeiro mês.
Também temos mortos para recordar.
Também temos mortos para recordar.
“Em Nambuangongo tu não viste nada
não viste nada nesse dia longo longo
a cabeça cortada
e a flor bombardeada
não tu não viste nada em Nambuangongo
Falavas de Hiroxima tu que nunca viste
em cada homem um morto que não morre.
Sim nós sabemos Hiroxima é triste
mas ouve em Nambuangongo existe
em cada homem um rio que não corre.
Em Nambuangongo o tempo cabe num minuto
em Nambuangongo a gente lembra a gente esquece
em Nambuangongo olhei a morte e fiquei nu. Tu
não sabes mas eu digo-te: dói muito.
Em Nambuangongo há gente que apodrece.
Em Nambuangongo a gente pensa que não volta
cada carta é um adeus em cada carta se morre
cada carta é um silêncio e uma revolta.
Em Lisboa na mesma isto é a vida corre.
E em Nambuangongo a gente pensa que não volta.
É justo que me fales de Hiroxima.
Porém tu nada sabes deste tempo longo longo
tempo exactamente em cima
do nosso tempo. Ai tempo onde a palavra vida rima
com a palavra morte em Nambuangongo.”
“Nambuangongo, meu Amor”, Manuel Alegre em “A Praça da Canção”
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