segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ALERGIA A CRAVOS VERMELHOS


Há símbolos que nunca saberemos como nasceram, quem decidiu que teriam de ser símbolos.

É o que acontece com os cravos que simbolizam o 25 de Abril.

Sabe-se, apenas, que de repente, os cravos surgiram nos canos das espingardas, nas roupas dos presos políticos a abandonarem Caxias.

Um gesto que fica para a história, uma flor que simboliza a liberdade, que deu nome a uma Revolução.

Passeando pelos tempos vamos dar a uma reunião camarária, em que o Presidente da Câmara de Lisboa, Krus Abecasis, proibiu o cultivo de cravos vermelhos nos viveiros municipais
.
“Não sou obrigado a usar os símbolos que os outros querem, e os cravos têm pouco a ver com o que de bom trouxe o 25 de Abril.”

Não sei a data da reunião camarária. 

O recorte do “Diário Popular” apenas menciona o ano: 1986.

Krus Abecasis era um saudoso daquele Portugal governado por um rei e respectiva corte, e a que o 25 de Abril pôs termo. Chegou a presidente da Câmara de Lisboa mas, sabe-se, que um argumento pertinente contra a democracia, é a possibilidade de gente, como Krus Abecasis, ocupar cargos políticos.

Alberto João Jardim -  e não só!;- também é um belo exemplo.

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