Claro que os preços baixos do abacaxi nos supermercados não encerram nenhum mistério: são possíveis pela exploração de mão-de-obra barata.
No número de Novembro da “Proteste” a DECO reafirma que os produtores de Abacaxi, neste caso da Costa Rica, não respeitam as leis laborais, nem os trabalhadores, nem o meio ambiente.
Como se vê pelo quadro acima, os trabalhadores são os que recebem a ínfima parte das vendas do abacaxi. Por quilo os trabalhadores apenas ganham quatro cêntimos, enquanto que as grandes superfícies recebem a maior fatia.
Os trabalhadores sofrem um grande desgaste nas plantações: turnos longos quase sem pausas, rodeados de insectos, em contacto com pesticidas perigosos sem protecções. As mulheres são alvo de discriminação, têm os salários mais baixos, grandes dificuldades em empregar-se e sofrem insultos e assédio sexual. As que se queixam às ténues autoridades são despedidas.
“A situação resulta do crescimento rápido da produção de abacaxi nos últimos 20 anos, a um preço cada vez mais baixo, para fazer face à procura das grandes cadeias. O preço baixo a que é vendido este fruto prejudica os trabalhadores nas plantações, sujeitos a duras condições, muitas vezes desconhecidas dos consumidores e esquecidas pelos supermercados. As plantações exigem cuidados ininterruptos, 24 horas por dia. O trabalho é organizado por turnos de 8 a 14 horas com uma pausa de trinta minutos.”
É este o sabor do abacaxi que consumimos.
Estamos a ver os senhores Belmiros de Azevedo preocupados com as condições dos trabalhadores nas plantações de Abacaxi? Estamos a vê-los escolher produtores e fornecedores que cumpram os direitos dor trabalhadores?
Claro que não!
Impunha-se que, pura e simplesmente, deixássemos de consumir abacaxis
Talvez num outro século… ou nunca mais!...
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