quinta-feira, 18 de novembro de 2010

LISBOA, SABES...


«Lisboa, sabes…»
Eu sei. É uma rapariga
descalça e leve,
um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus
e degraus até ao rio.
Eugénio de Andrade de Coração do Dia em Eugénio de Andrade Poesia e Prosa Vol. I Círculo de Leitores, Lisboa Maio 1987.
Legenda: Lisboa vista das Portas do Sol

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