Os Versos do Capitão
Pablo Neruda
Tradução: Albano
Martins
Capa: Joana Quental
Colecção campo da
Poesia nº 4
Campo das Letras,
Porto, Junho de 1996
A Bandeira
Ninguém mais do que eu
desejaria ficar
sobre a almofada em que as tuas pálpebras
querem fechar o mundo para mim.
Ali quereria também
deixar dormir o sangue
abraçado à tua doçura.
Mas levanta-te,
tu, levanta-te,
mas levanta-te comigo
e saiamos juntos
para a luta corpo a corpo
contra as ideias dos malvados,
contra o sistema que reparte a fome,
contra a organização da miséria.
Vamos,
e tu, minha estrela, a meu lado,
recém-nascida da minha própria argila,
hás-de encontrar o manancial que ocultas
e estarás junto de mim
no meio do fogo,
com teus olhos bravios,
erguendo a minha bandeira.
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