O Tear da Casa
Marta Cristina de
Araújo
Com um desenho de
Ângelo de Sousa
Colecção Alegria
Breve nº 5
O Oiro do Dia, Porto,
Novembro de 1981
A morte construi-se rápida reluzente por detrás dos taipais. Nunca
me disseram podia ter
sabido a casa dantes habitada fora destruída
e dela só haviam aproveitado os materiais ainda resistentes. O
granito
Certas madeiras as mais caras. Outra dos caixilhos queimaram-na os
operários no aquecer das suas comidas. Devem ter passado dois
invernos depois do vazio e certamente se juntavam muitas vezes durante
os intervalos ou pequenas fugas.
Falariam de quê? De como decorria
a construção da morte dos
pormenores tanto-fecho-nas-portas
do
pequeno salário quem sabe se
ainda recordavam alguns dos antigos
habitantes e diziam obrigaram-no-a-mudar-foi-para-longe-as rendas-têm-
-subido-no-centro-da-cidade.
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